Imprimir

Os Cuidados de Saúde falham

Conhecer a Pessoa que nos propomos acompanhar, de forma abrangente, é fundamental. Esse conhecimento só é possível se se estabelecer uma forte relação médico/doente, que permite perceber os sinais, sintomas e sofrimento do doente de forma contextualizada. A relação de confiança entre médico e doente é fator determinante no sucesso terapêutico.

Essa relação estende-se igualmente à relação com a Equipa, tanto no conhecimento e confiança, como nos resultados terapêuticos. A informação/conhecimento sobre um doente é transmitida entre os elementos da Equipa que são envolvidos no acompanhamento terapêutico de cada Pessoa, o que potencia o entendimento de todos os intervenientes sobre esse doente. Os atos médicos e terapêuticos não são isolados mas decorrem do trabalho de Equipa.

O pedido dos exames complementares de diagnóstico será, assim, mais criterioso o que representa maior eficácia e maior economia. O plano terapêutico também será instituído por decisão conjunta e de forma mais aprofundada.

A Pessoa doente é um todo, onde em situação de maior vulnerabilidade física e mental tudo é relevante pelas implicações que pode ter. Assim, é importante coordenar a abordagem do funcionamento mental e físico do doente.

Neurologia e Psiquiatria são duas áreas de saber que se complementam e intersectam, representando, no entanto, formas diferentes de avaliar o doente. Ambas podem ser determinantes na avaliação de doenças degenerativas do Sistema Nervoso Central, como a Doença de Alzheimer e doenças relacionadas. Há, naturalmente patologias que são específicas de cada uma das especialidades. Se a Psiquiatria se debruça sobre as doenças afetivas e do humor, como depressão e ansiedade, as doenças com alucinações e atividade delirante, as alterações da personalidade e do comportamento, a Neurologia intervém especificamente nas doenças do movimento e tremores, mas ambas estudam a memória e a linguagem.

A Medicina Interna avalia a Pessoa em todos os seus Sistemas de forma integrada e integradora, sendo o doente um todo único e indissociável. Concilia o conhecimento e as implicações de várias doenças agudas e crónicas, articulando este saber com outras especialidades de forma fundamental para o acompanhamento terapêutico do doente.

A partilha de saber sobre um doente em Equipa é fundamental para uma eficaz articulação de atos e elaboração do plano terapêutico.

A Neuropsicologia é o ramo da Psicologia que investiga, avalia e intervém nas relações entre o Sistema Nervoso Central e os fenómenos cognitivos, comportamentais e emocionais. A avaliação neuropsicológica fornece uma descrição detalhada do funcionamento cognitivo, através da utilização de diversas provas psicológicas e neuropsicológicas, que permitem qualificar e quantificar o desempenho das áreas cerebrais, fornecendo dados objetivos necessários ao plano terapêutico. Tem também desempenho na estimulação cognitiva e acompanhamento psicológico.

A Fisioterapia e outras Técnicas de trabalhar o corpo promovem o movimento, a postura, o equilíbrio, diferentes capacidades funcionais, a sua relação com o funcionamento mental, e do funcionamento mental com o movimento. A importância atribuída a um trabalho específico consoante a patologia ou patologias da Pessoa, nomeadamente na doença de Alzheimer e outras doenças onde as capacidades cognitivas estão afetadas, ou nas doenças do movimento, que apesar de terem sinais e sintomas comuns têm abordagens terapêuticas específicas.