Temas da Longevidade
Doença Vascular
Falamos sistematicamente de Doença de Alzheimer como a grande causadora de “Demência”, e esquecemo-nos de outras patologias que têm consequências no nosso desempenho cognitivo, que são tão frequentes como a Doença de Alzheimer, dependendo os resultados epidemiológicos dos critérios usados para a sua inclusão como Perturbação Neurocognitiva nos estudos epidemiológicos. Mais do que isso, sabemos que é frequente a coexistência destas duas patologias, dando prioridade ao diagnóstico de uma delas se for dominante, e a presença da outra, em termos de sintomas e exames auxiliares de diagnóstico, for muito discreta. Caso se verifique que ambas são importantes, então denominamos de Doença Mista. A etiologia vascular pode ser muito variada, indo desde um Acidente Vascular Cerebral, a que chamamos correntemente AVC, a uma doença microvascular, oferecendo por isso um leque muito diferente de apresentações clínicas. Conseguimos detetar com frequência uma relação temporal entre o início do compromisso cognitivo e o aparecimento ou evolução de uma ou mais patologias cerebrovasculares.
Para a identificação de Doença Vascular como causadora de “Demência” ou Perturbação Neurocognitiva temos que investigar a história do paciente e estudar com exames, nomeadamente exames imagiológicos (tomografia ou ressonância magnética), pois muitos problemas cerebrovasculares começam por ser silenciosos.
Há, nestas doenças, compromisso de memória, mas também podem ocorrer alterações da linguagem, dificuldades motoras e de execução de uma tarefa, entre outras.
Estão associada a estas doenças o humor depressivo, com tristeza e apatia, a labilidade emocional, ou seja a variação rápida de estado emocional sem razão aparente, e a atividade delirante. Podemos também encontrar o que chamamos flutuação cognitiva, ou seja num dia parece que a pessoa em causa funciona muito bem, quase como se não tivesse qualquer problema e noutro dia não consegue e parece estar péssima.
O diagnóstico precoce das doenças cerebrovasculares é muito importante porque disso depende a eficácia e sucesso do tratamento. O tratamento não se limita só à prescrição farmacológica, mas envolve uma grande diversidade de terapias.
Deixo-vos esta questão “Consegue perceber a importância do estudo e diagnóstico quando um doente tem perda de memória?”