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Avaliação Diagnóstica

O diagnóstico é a peça chave para podermos propor um plano terapêutico e dar um prognóstico. O diagnóstico faz-se pela observação do doente, a forma como se relaciona com terceiros, nomeadamente o observador, o contacto, a sua postura, a marcha, o equilíbrio, a orientação espacial e temporal, a atitude perante a doença, a demonstração das emoções e o estado emocional, o discurso, a organização do pensamento e os diferentes tipos de pensamento, o juízo crítico, a memória na expressão dos diferentes tipos de memória, a linguagem, a capacidade de planeamento e execução, a forma como percepciona e se relaciona com o que o rodeia, a atenção, a vontade e outros parâmetros cujo conhecimento resulta de olhar, estar, estimular, escutar, tocar e conversar com o doente. Na observação podemos detetar comorbilidades, ou seja situações clínicas ou doenças para além da que supomos ser a situação que motiva a Consulta, bem como a compreensão da personalidade do doente.

 

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O levantamento da história do doente, tanto da forma como se iniciou e evoluiu a doença, bem como a história de outras doenças e sua evolução, dos acontecimentos de vida relevantes, do estilo de vida, da vida familiar e relacional, do trabalho, de desempenhos ocupacionais e de factores sócio-económicos é essencial para contextualizar a doença, perceber a sua evolução e factores desencadeantes ou de agravamento.

É pela dimensão plurifatorial que a avaliação diagnóstica obriga à observação e parecer de outras especialidades e técnicas médicas. Daí a importância de uma Equipa Transdisciplinar e da partilha e discussão dos casos clínicos, tanto a nível do diagnóstico, como do plano terapêutico e prognóstico.

Atualmente, não é razoável não chegar a um diagnóstico, tanto pelo conhecimento que temos das doenças, como pelos meios auxiliares de diagnóstico de que dispomos. Não podemos dizer que uma pessoa tem uma demência sem especificar o tipo de demência que tem. Não é o mesmo ter uma Doença de Alzheimer ou uma Demência Frontal, por exemplo. Os tratamentos são diferentes e o prognóstico e evolução também.

O recurso aos meios auxiliares de diagnóstico são o passo seguinte da avaliação diagnóstica, e incluem desde análises clínicas a imagiologia, passando por outras técnicas mais ou menos sofisticadas.

Chegados a esta fase de estudo do doente podemos propor avaliações cuja oportunidade depende de o doente estar ou não estabilizado, para que as interferências na avaliação das funções nervosas superiores sejam reduzidas. Trata-se da avaliação psicológica, que pode centrar-se na avaliação da psicopatologia ou da personalidade ou na avaliação neuropsicológica. A par destas avaliações podem ser pedidas avaliação em Hospital de Dia e avaliação motora, que visam avaliar pela observação as capacidades executivas, relacionais e corporais do doente. Caso não seja o melhor momento para concretizar estas avaliações, e estas se julguem necessárias, avança-se com um projeto terapêutico provisório que será revisto após as avaliações terem lugar.