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Inclusão, não aprendemos nada com a natureza!

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Temas da Longevidade

Inclusão, não aprendemos nada com a natureza!


Falamos recentemente do ageísmo, ou seja dos estereótipos de comportamento e discriminação relativamente às pessoas de mais idade. Podemos dizer que o ageísmo se manifesta no nosso quotidiano de forma explícita e de forma implícita. Na forma implícita parece que não está a acontecer porque os atores do processo não se dão conta do que acontece, inclusive as próprias vítimas. Recentemente, no contexto da pandemia por COVID-19, vimos como foi pelo Mundo, e sobretudo nos países ricos, o flagelo das Residências para pessoas de mais idade, com residentes autónomos ou dependentes. Este problema fez repensar as opções que são dadas a um grupo de pessoas, que face à idade, são remetidos por decisão da família ou por decisão própria para essas estruturas de acolhimento. Percebeu-se mais uma vez que a vida no seio da comunidade, falamos da família ou não, é mais orgânica e benéfica para todos, tanto do ponto de vista pessoal como para o conjunto da comunidade. É uma opção mais ecológica socialmente.

Estar inserido na comunidade e ter uma vida participativa é um estímulo de vida, com grande vantagem para o próprio a todos os níveis, mesmo quando se tem uma situação clínica que o limite. A comunidade tem de se reorganizar para se tornar amigável e inclusiva para com essa pessoa, desfazer-se dos preconceitos face aos de mais idade, que no fundo somos todos nós, pois os novos de hoje serão os velhos de amanhã. Não é assim tão difícil e percebemos os benefícios, até para os que têm limitações cognitivas, que passam a ter o desafio de as ultrapassar.

Uma pessoa remetida para uma estrutura residencial não está mais protegida, ao contrário do que se pressupõe, e exemplo disso foram as tragédias a que assistimos nas residências assistidas com a disseminação da infeção por COVID-19.

Precisamos destas estruturas, mas não as devemos usar como destino final na longevidade. São guetos onde os mais velhos se afastam socialmente. Quando depois de tudo o que assistimos ouvimos que se vão construir mais residências assistidas só constatamos que não atentamos no que a natureza nos quer ensinar.

 

É obrigatório ouvir o que a Terra/Natureza nos está a dizer e o sinal claro não é o de sermos mais inclusivos e combatermos o ageísmo?