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Ser autêntico

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Temas da Longevidade

Ser autêntico


Sermos autênticos connosco, antes de mais, e com os outros, num segundo passo, é fundamental para o nosso estar, não digo bem estar porque o conceito de bem estar tem uma dimensão mais superficial, que corresponde a ter boas sensações, sem dor, mais do que sentirmos em nós coerência do nosso Eu. Referi-mo-nos a um processo da nossa vida interior, e não à satisfação vinda do que nos rodeia.

E perguntam agora o que tem isto a ver com a longevidade?

Tem tudo, porque ser autêntico permite no envelhecimento conquistar coesão do próprio, alicerçada nos valores que construímos ao longo da vida. Quando temos mais anos há naturalmente uma fragilidade que nos vai invadindo, mas à qual sabemos resistir com resiliência quando somos autênticos e temos em nós a força da consistência do nosso mundo interno. Podemos esquecer-nos, sentirmo-nos confusos, estar indolentes e com dificuldade em manter a energia vital, mas sabemos contornar os problemas e mantemos determinação e segurança em tomar o pé que parece termos perdido. Damos valor ao essencial e conseguimos viver melhor connosco, connosco e com os outros, porque o ser autêntico transmite-se igualmente às relações interpessoais. As relações autênticas constroem-se na comunhão de valores, na disponibilidade para o outro e no fazer pelo outro. Na relação autêntica não procuramos a felicidade, estabelecemos a confiança e o gosto da partilha. Nós somos o que somos não só por nós, mas também em função dos outros.

O ser autêntico não é decisão que se tome, é um processo que se constrói ao longo da vida. Não somos autênticos se o decidirmos ser, aprendemos a sê-lo pela verdade e consciência de nós ao longo da vida. Para conquistar esta coerência interna e relacional temos que a praticar desde novos e vai ser muito útil na longevidade, na forma como se está de corpo e alma. Vai fazer bem à sua saúde quando estamos mais fragilizados.

 

Não é bom ser autêntico para nós e para os outros?